quinta-feira, 4 de junho de 2009

Fome de amor

A fome de ti é tanta, amor,

e te mastigo tanto enquanto respiro,

que da solidez dentre as pernas tuas

ao vácuo dentre as pernas minhas,

entre vens e vãos

te como,

te sorvo,

engulo,

suspiro.

E por tanto querer-te assim, amor,

meu paladar só de ti se impregna,

tanto, que do mel da árvore tua,

tanto, que do fel da seiva minha,

entre falos e lábios

te beijo,

te sugo,

salivo,

deliro.

Morde-me a carne, a pétala, a alma,

lambo-te a pele, o caule, a calma,

delícia entre dentes, entre lábios, entrelinhas.

Tuas cores, meus aromas, teus sabores,

sal no corpo suores.

Consumo de ti em mim.

Ah, faminta e esfomeada fantasia,

2 comentários:

Poetisa das Marés disse...

Poesia maravilhosa, meu parceiro imperdivel! Cheia de um amor possível de ser degustado em mastigadas lentas e prazeirosas como todo grande amor-paixão sabe ser. Quero tropeçar num esfomeado deste qualquer dia porque também estou a morrer de fome
Bjs
Sua parceira Poetisa das Marés

kamli disse...

meu amor...essa sua fome de amor é como a minha...um amor que tem de se aplacado as vezes com furia, as vezes com calma...com alma...
te amo...amo...amo

kamli